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domingo, 25 de abril de 2010

AO CAMARADA HERMENEGILDO NETO

O costume é sempre se fazer as homenagens quando a pessoa homenageada falece. Quebrando com esse postulado, escrevo agora sobre meu grande amigo e um dos militantes mais capazes e com um potencial enorme para desenvolver suas capacidades revolucionárias. Com uma inteligência fora do normal e uma perspicácia muito aguçada, Neto tinha tudo para ser um dos principais quadros dirigentes do movimento estudantil.

Travada a primeira relação

A sala era ampla, mas a quantidade de estudantes dispostos a discutir assuntos como ALCA, invasão imperialista no Iraque e alguns pontos relativos ao movimento estudantil do CEFET-Ba (hoje IFBA) tornava a sala pequena. Lá estava Neto, com um adesivo do PCdoB no peito, quase um outdoor. Diante da nossa tentativa de inverter a pauta, (ao invéns de discutir os problemas do Cefet primeiro, era preciso discutir as questões mais pertinentes naquele momento.), Neto foi solidário conosco. E assim ele veio até nós discutir que achava acertada a nossa proposta. Estávamos Wellington e eu. Quando saímos da reunião, tive uma breve discussão com o camarada de Partido, que sempre foi uma referência política pra mim, sobre a capacidade do novo companheiro de movimento estudantil. Neto devia contar com 15 ou 16 anos. Wellington me dizia que ele um stalinista convicto e que jamais viria militar do nosso lado. Discordei. E insisti.


Rasgando as últimas lembranças do reformismo

 
Discutimos dias, semanas, com Neto. E acabamos por vencer a batalha teórica que o ligava ao stalinismo. É bem verdade que sua sede militante, não correspondida pelo cretinismo parlamentar do pcdob, ajudou bastante. Ele já havia nos vistos em atos, com nossas bandeiras, panfletos, vendendo nossos jornais, discutindo a nossa política com os transeuntes. Finalmente, Neto compareceu à nossa sede para participar da primeira reunião. Além da imensa felicidade e prazer de ganhar mais um para a causa revolucionária, tive o prazer pessoal de curtir com a cara do camarada Wellington (muito embora, também ele já acreditava na possibilidade real de ter Neto conosco).


O Partido

Militávamos no mesmo núcleo, secundarista. Mesmo com todas as dificuldades, as discussões sempre ganhavam um caráter mais contundente com as contribuições do camarada Neto. A disciplina sempre foi um obstáculo que impedia, tanto eu como Neto, desenvolver o nosso máximo dentro do Partido. Os balanços eram duros nesse sentido, e tanto ele como eu reconhecíamos que agíamos sempre aquém das nossas possibilidades. Sempre tivemos boas relações partidárias e de amizade também.


Amigos para além do Partido.

Acompanhei a trajetória do camarada Neto desde seu inicio. Acompanhei a passagem da adolescência para a maturidade. Compartilhamos nossas vidas. Ele confiava em mim e eu acreditava muito nele. E ainda acredito. A crise que ele entrou, abandonando assim o cefet-ba, entrando para um grupo anti-racista e anti-nazista chamado “red skin”, e por fim, seu afastamento do partido. Mesmo com tudo isso, e apesar dos conselhos e avisos que lhe dávamos (aqui não só eu, mas uma série de camaradas tiveram conversas com Neto), ele seguiu outros rumos. Isso não nos afastou. Neto conseguia fazer com que nós ‘orbitassemos’ em sua volta. Formamos assim um circulo, ou melhor, quarteto de amigos muito leais. Auto-proclamávamos de quarteto fantástico. E foi um momento muito feliz na nossa convivência. Mas a vida dá golpes nas grandes amizades. E com essas não foi diferente. Afastamo-nos.


O Afastamento

Neto passou duas vezes no concorrido vestibular da UFBa. No entanto nunca pode ingressar na faculdade, devido não ter concluído o ensino médio. Não sabe a dor e impotência que isso me trouxe e até hoje carrego a culpa de não ter conseguido impedi-lo de abandonar o cefet.


Por fim, a nossa relação estava segura por um gosto em comum pela literatura. Escrevíamos e líamos os trabalhos um do outro. Até que Neto entrou em um estado de depressão e viajou para o encontro de sua mãe, nos EUA. Antes de qualquer julgamento preconceituoso, a mãe dele sempre foi uma trabalhadora nos EUA, mão-de-obra barata no coração do imperialismo.


Perdemos contato, mas a esperança de um dia retomar essa amizade e nossas discussões políticas que varavam a noite, que nunca teve consensos e sempre acrescentava, um dia ainda vai contribuir para o sucesso da Revolução Socialista nesse país.


Viva o Socialismo! Viva a Revolução!
Viva meu grande amigo Neto!
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quarta-feira, 21 de abril de 2010

AS ELEIÇÕES DO DIRETÓRIO ACADÊMICO DE PEDAGOGIA – UNEB/CAMPUS I

É preciso assegurar as eleições para o Diretório Acadêmico de pedagogia – Uneb – Campus I, imediatamente. A atual gestão pretende protelar até junho ou julho. A conclusão que se pode tirar disso é justamente NÃO ter essa eleição. Por que afirmamos isso? Primeiro que em junho teremos a copa do mundo, e por mais que a gente se esforce, a discussão sempre ficará em um plano muito aquém do esperado. E não me venha com argumentos machistas, que o curso é amplamente feminino, pois também as mulheres assistem e torcem na copa do mundo! E em julho começa as discussões sobre as eleições. Todo brasileiro se virará para a discussão do futuro do nosso país.

Com uma gestão apagada, sem uma assembléia durante todo o tempo da gestão, sem nenhuma luta consistente sobre os problemas que tocam seriamente os estudantes, um pré-ENEP que faz vergonha chamar assim aquela exibição do filme “V de Vingança”, sem nenhuma discussão depois, apenas uma fala de dois membros do DA, dentre outras coisas. Mas aqui não é o espaço para fazer o balanço da gestão.

Nesse espaço é preciso cobrar o edital de abertura das eleições e as suas respectivas datas. O mais correto é fazer o mesmo calendário do ano passado. Por isso sugere-se que a gestão seja o mais correta possível e mantenha a responsabilidade para com a representação estudantil.

Para além dos dois problemas apontados, temos os seguintes pontos: por que vai se dar o processo eleitoral em junho ou julho tendo em vista que a gestão completa seu período em começo de junho? Em começo de agosto acaba o semestre. Será que é certo deixar um processo eleitoral se dar tão perto do fim das aulas, em meio aos trabalhos, TCC´s e demais atividades acadêmicas? Se há um estatuto que determina o período de gestão, é certo ‘rasgá-lo’ assim, passando do período adequado de se fazer as eleições?

Não dá pra entender essa falta de vontade política da atual gestão. Ou lançam o edital, convocando as eleições pro mês de maio ou estudantes podem tomar as medidas cabíveis para fazer esse processo acontecer, à revelia da atual diretoria!
Saudações Estudantis,

Cléo Ricardo
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