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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Considerações sobre o discurso do Dep. Freixo na ALERJ


A violencia no RJ não é um caso de inteligência. Essa perspectiva é muito pobre para aqueles que se reivindicam da esquerda. Os 'traficantes' são fruto do processo histórico e excludente da sociedade capitalista. Dizer que a violencia no RJ é problema de alocação de recursos na inteligencia é o mesmo que dizer que a violencia é caso de polícia. E esse discurso não é, definitivamente, o discurso da esquerda.

Confesso que fico muito decepcionado ao ler esse discurso do dep. Freixo.

E a conclusão do discurso é ainda pior... Quando o dep. diz que nunca há ações em conjunto entre as diversas forças militares, tal qual a que acontece hoje no RJ, porque essas ações não são do interesse dos verdadeiros traficantes, a saber a elite por detrás do morro. Se o Estado tem um caráter de classe, e a classe dominante está por trás do verdadeiro tráfico, quais os reais motivos para essa classe colocar uma força armada no próprio encalço? Esquizofrenia social? O filosófo já alertava, não existe suicídio social. Pois então, uma força armada, dirigida pelo Estado burguês, nunca se enfrentará contra seus dirigentes, a não ser que o período vivido seja um período de Revolução.

Mas essa discussão é muito importante ser feita. Espero, com esse breve comentário, poder contribuir de alguma forma para o debate.

Fonte do discurso do Dep.: http://www.marcelofreixo.com.br/site/noticias_do.php?codigo=114
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terça-feira, 9 de novembro de 2010

A UNE somos nós... Nós, quem?


Desde o primeiro governo do Lula, o movimento estudantil sofre modificações profundas no que diz respeito a sua organização e prioridades. Da mesma maneira deu-se nos demais movimentos sociais, tal como o movimento operário, os movimentos contra as opressões (racismo, machismo e homofobia).

Com um governo supostamente aliado, a maioria dos movimentos sociais foram, graças a suas direções (invariavelmente PT e PCdoB), se alinhando as políticas neoliberais do Lula.

A União Nacional dos Estudantes (UNE) não ficou incólume a esse processo. Desde a subida do Lula ao Planalto, a UNE deu adeus as lutas estudantis. Em Salvador, em 2003, a UNE, juntamente com a UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), vendeu a luta dos estudantes contra o aumento da tarifa de ônibus. Em troca ganharam o monopólio da meia entrada diretamente no salvador card (instrumento da bilhetagem eletrônica). Em 2007, quando a UFBa viveu um processo de luta intenso contra o REUNI - que em síntese significa o sucateamento da universidade pública e sua consequente privatização - a UNE fazia caravana a favor da (contra) reforma universitária.

Então temos a UNE alinhada com os empresários de ônibus em Salvador, com a Prefeitura de Salvador e com o governo Lula. Seria com essas instâncias que os estudantes querem que sua entidade representativa se alinhe?

Hoje, um movimento estudantil que se coloque contra os ataques feitos à educação, tem que necessariamente de se colocar contra a UNE. A trincheira que os estudantes se colocam contra os ataques neo-liberais do governo foi abandonada pela UNE. Essa entidade que um dia representou o que havia de mais avançado no movimento estudantil, utiliza toda a sua história de luta para arrastar os estudantes para a barra do governo do PT.
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